¤¤¤ ROCK BLOG ¤¤¤

quinta-feira, abril 13, 2006

Álbuns de topo • Queensrÿche - Operation: Mindcrime/Livecrime


Estávamos no ano de 1988 e o panorama musical dentro do hard-rock e do metal começava a cair um pouco na monotonia, com dezenas e dezenas de bandas a repetirem a mesma receita uma e outra vez, salvo raras excepções. E os Queensrÿche foram, precisamente, uma dessas excepções. Depois de um EP e dois álbuns que, aos poucos, os foram ajudando a deixar a sua marca, Operation: Mindcrime catapultou definitivamente a banda para um lugar de destaque no meio. Esta Ópera-rock com uma forte componente de crítica social foi bastante aclamada, tanto pela crítica como pelo público em geral, tendo marcado o ponto de assentamento do estilo próprio do grupo.
O álbum conta-nos a história de Nikki, um jovem com o vício e dependência das drogas que quer fazer alguma coisa para mudar a sociedade, mas que acaba por se ver envolvido num plano criminoso, elaborado pelo maléfico Dr. X, que se aproveita da sua toxicodependência para o controlar. A relação entre o conteúdo musical e o textual resulta em quase uma hora de “filme” em que somos mesmo levados para dentro da acção, tal é o ambiente causado pelas músicas. É difícil destacar momentos melhores ou piores, uma vez que se trata de um álbum para ouvir sem interrupções, de modo a seguir todo o enredo; mas podem ser referidos os singles Revolution Calling, I Don’t Believe In Love, Eyes Of a Stranger e o épico Suite Sister Mary, com os seus 10 minutos de duração em que o hard-rock e os cânticos góticos se unem.
Porquê a referência a Operation: Livecrime? Muito simplesmente porque a seguir a um grande álbum os Queensrÿche levaram para a estrada um grande concerto. Em Livecrime, a banda tocou na íntegra Operation: Mindcrime, com algumas encenações e momentos mais teatrais da parte do vocalista, Geoff Tate, o que conferiu uma força surpreendente ao espectáculo, que ficou registado em CD e DVD. A única nota menos positiva, tanto para Mindcrime como para Livecrime, vai para a produção. Apesar de toda a sua grandiosidade, ao ouvirmos quer um quer outro álbum, não deixamos de ficar com a sensação de que o som poderia ter sido mais bem regulado. No entanto, não é por aí que deixam de ser dois álbuns excelentes.